segunda-feira, 1 de novembro de 2004

A suposta matriz cristã da Europa

Em Roma assina-se a Constituição da Europa. O jornalista em voz off diz que a assinatura fica manchada pela ausência da referência à matriz cristã da Europa.
Mas que matriz cristã? A Europa foi sempre muito mais pagã do que cristã. Digo isto porque é preciso não confundir Cristandade com Cristianismo. A primeira é uma invenção de Constantino, o Imperador, o qual institucionalizou a fé cristã, e a sincretizou com os cultos pagãos das diversas tribos europeias. O resultado foi o Catolicismo Romano. Já o Cristianismo dá-se muito melhor no anonimato estatal, na clandestinidade, longe do formalismo próprio da religião ,e mais perto da sincera espiritualidade. Que o digam os cristãos na China, na ex- URSS ou nos países onde o Islão é fundamentalista.
Provavelmente a Europa precisa de uma fé clandestina, viva, que subverte o poder instituído, transforma vidas e mexe com o mundo. Roma é o símbolo perfeito para esta troca. Foi aí que se matou o Cristianismo para dar lugar à Cristandade. É aí que se mata agora a Cristandade para renascer o Cristianismo. O Circo de Roma reabriu. Venham de lá esses leões.

Sem comentários: