quinta-feira, 9 de dezembro de 2004

A substituição


Por ocasião da Gala da Bíblia Manuscrita, no ínico de Novembro, foi lida a passagem da primeira Carta aos Coríntios, capítulo 13 , por Eunice Muñoz .
Hoje de manhã, leio novamente este texto e recordo esse momento. Apesar de esta leitura, na altura, ter sido sobremodo eloquente e emocionante, pelo menos para os cristãos, não posso deixar de pensar até que ponto é que ela é totalmente absorvida.
Nos dias que correm, cheios de relativismo e interpretações dúbias, esta passagem é sujeita a todo o tipo de tratamentos, muitos dos quais superficiais e universalistas.
Não é meu objectivo impôr a minha teologia sobre o texto, nem forçar a interpretação dos que pensam de forma diferente da minha. Proponho apenas um pequeno exercício para reflexão. Substituir a palavra "amor" por "Deus". Isto porque acredito que o amor de que se fala não é um amor qualquer mas, sim, o próprio Deus e o reflexo do seu carácter. Aqui fica a "substituição":

" Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver Deus, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver Deus, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver Deus, nada disso me aproveitará.
Deus é paciente, é benigno; Deus não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regojiza-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo suporta. Deus jamais acaba; mas havendo profecias desaparecerão; havendo línguas cessarão; havendo ciência, passará; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos...Agora pois, permanecem a fé, a esperança e Deus, estes três; porém o maior destes é Deus.

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