sexta-feira, 7 de outubro de 2005

O Sr. Castro tinha razão

Fomos vizinhos na Rua das Acácias*, eu no 17 ele no 16. Era amigo do meu avô e meu também, e por isso conversávamos muitas vezes em frente à "marquise" do seu rés-do-chão.
Certa vez, em meio a conversa sobre o estado desgraçado da classe média diz-me que "apesar de ser pobre não é do povo". O "povo", nas suas palavras, era aquela massa acéfala incapaz de transformar a sociedade em algo melhor, incapaz de progredir no pensameto crítico da realidade envolvente. Intriguei-me. Oito anos passados sobre esta conversa as suas palavras ganham força dentro de mim quando, por exemplo, oiço no rádio que as sondagens dão a vitória a Fátima Felgueiras, ou que Isaltino pode ganhar Oeiras, ou que Ferreira Torres está prestes a tomar Amarante e por aí em diante. Que gente é esta que, qual esponja, absorve tudo o que lhe diz o político, o dirigente do seu clube, o Herman José, o Gato Fedorento e o Jorge Gabriel?
O Sr. Castro é que tinha razão.

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