terça-feira, 5 de agosto de 2008

Em férias

Tenho visto quem consiga, com relativa facilidade, “sacralizar” o que era novo no passado e “demonizar” o que é novo no presente, o que, admito, pode ser um exercício de alguma mestria. É fácil apropriarmo-nos, a qualquer momento, das novidades do passado e ”sacralizá-las” pelo simples facto de que elas se encontram cristalizadas no tempo. Aliás, o passado tem todo o tempo do mundo. Se formos suficientemente argutos e expeditos tornamo-nos os paladinos de um qualquer ideal de um qualquer tipo defunto. Já com as novidades do presente é mais complicado. O presente é instantâneo e havendo tanto por onde escolher, uma distracção, um minuto de atraso, significa que outros podem chegar primeiro onde queríamos ter sido nós a chegar. Sendo assim, e perdida a oportunidade para nos apropriarmos, só resta “demonizar”. Demonizar foi sempre uma forma alternativa de obter protagonismo. Nalguns casos, com bastante sucesso. Quem não tem medo de demónios?

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