quinta-feira, 7 de abril de 2011

06 Abril

Almoçámos em casa do Tiago e da Paula. O prato era Bacalhau à Bráz, por sinal, muito bom. O Tiago é um jovem capitão do Corpo de Bombeiros e sonha passar um tempo em Portugal. Fez-nos muitas perguntas sobre o nosso país, concretamente sobre a realidade espiritual e social. A Paula é filha de mãe angolana. Tal como aconteceu com a minha família, a mãe dela e seus parentes foram forçados a abandonar Angola na época da guerra colonial. Foi bom adicionar o jindungo feito pela sua tia ao bacalhau :-). Têm uma filha linda de 2 anos chamada Maria Luísa que me fez lembrar muito a minha Júlia.

Aqui, tudo tem a ver com relacionamentos e a mesa é o lugar onde tudo começa, tal como em Portugal. A diferença, porém, está no foco. O Brasileiro foca o serviço, a entrega, o outro. Ele não cozinha para mostrar que pode, sabe, ou tem mas como forma de amar. Tenho pensado nisso. Os cristãos portugueses usam pouco a mesa e não tiram partido dessa forma natural de chegar aos outros. Pessoal, coloquem essas Bimbys a funcionar para o Reino de Deus.

Na parte da tarde, atravessámos a cidade para nos encontrarmos com o Marcos. Marcos é um operador de câmara televisivo que, neste momento, se encontra no desemprego e a sair de um 3º casamento falhado. Tem muitas feridas abertas no coração causadas por desilusões, traições e privações. Procurou ajuda na Igreja e, por isso, acompanhámos o Carlos enquanto ele apresentava o Evangelho e a esperança em Jesus Cristo a este bom homem. Orem por ele, por favor, para que ele entenda o Evangelho que lhe foi anunciado e as boas notícias que Jesus o ama e quer tomar conta da sua vida.

Saindo dali, atravessámos, de novo, a cidade até à Favela Cabana, onde Amós, um dos servos da Igreja, juntamente com a sua esposa Miriam e seus filhos Esdras e Emanuelle lideram um grupo em casa. Foi ali, no quintal de sua casa no meio da favela, rodeado por irmãos humildes e amorosos que me tornei brasileiro de coração. O meu coração é feliz no meio dos humildes, dos simples, dos santos de Deus. Tal como diz o apóstolo Paulo em 1ª aos Coríntios 12, "...pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários, e os que parecem ser menos dignos no corpo, a estes, damos muito maior honra...". A força de uma Igreja não está no seu templo, número de membros, orçamentos ou notoriedade. Está na qualidade do Amor que flui do coração de cada filho de Deus. E aqui, o Amor é muito, muito mesmo!

Se juntarmos os 3 ingredientes deste dia, teremos um cocktail explosivo. Aqui fica a receita para implantar o Reino de Deus: serviço, compaixão pelos aflitos e amor transbordante.

1 comentário:

Sara CS disse...

Olha, fico sem palavras, tantas vezes complicamos as coisas, não é?
Serviço, compaixão e amor - decorei!
Beijinho. <3