quarta-feira, 21 de maio de 2003

Um pensamento do Ruka, no País de Gales...

Solidão

Sinto-me só...só como um grão de areia numa vasta praia! Só como uma simples folha numa floresta, sou uma folha caída, seca, negra, fria, estática. Rodeado por todos e por ninguém. Por tudo e por nada. Existem folhas na minha arvore, grãos da minha praia que se preocupam em me ver feliz, mas do que vale isso se a raiz, se o mar, não percebe a minha solidão? Paro e penso: “Porquê?” qual é a razão que levaria a solidão a acompanhar-me tão intensivamente? Uma expressão de descontentamento, de frustração é desenhada no meu rosto com lápis de lacuna. Rogo misericórdia, mas nada... imploro ajuda mas só consigo obter ausência. Oh, céu divino! Eu demando algo, um amor, uma amizade, nada mais! As flores continuam coloridas, os grãos continuam sós e eu nada...!
Põe fim a isto, desisto, não tenho mais forças para lutar pelo preenchimento de um buraco sem fundo. Tento enganar a alma com um livro, consigo fazê-lo mas no momento que o fecho nada mais me resta, apenas a lembrança. Que lembrança! Recordo o passado, recordo até as ultimas linhas daquilo que me torna feliz por uma hora ou duas... mas para além disso, que água? Que mundo? Que riso? Que nada? Oh, nada! O nada é maçador, é cansativo, o nada é tudo para mim.

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