quarta-feira, 28 de junho de 2006

Joana [I]

Há um ano que sou pai. Sou mais um entre tantos que, por sucessivas gerações, vêem prolongada a sua vida na vida dos seus. Não posso dizer que seja um pessoa melhor desde então porque esse assunto, o de ser melhor pessoa, envolve muitas outras questões. O que posso dizer, em verdade, é que sou mais completo. Isso sim, é inquestionável. A minha filha ensinou-me o que é ter de cuidar de alguém, ao mesmo tempo que desvelava no meu baú de memórias o valor de ter sido bem cuidado. Amo muito a minha filha, como é óbvio, mas aprendi a amar muito mais os meus pais e avós do que amava; é como se eu fosse uma ponte a unir duas margens. Costumo dizer que quero educar a minha filha à antiga angolana, isto é, a respeitar os adultos, a ser bem-educada, a ser cuidadosa, sempre responsável e com um grande sentido de humor. Percebo cada vez mais, nesse propósito, que a nossa identidade se descobre nas raízes. E isso também é notório no semblante, nos gestos e na postura da Joana, a minha filha. Aqui em casa vibramos com o dia de hoje, mas descobrimos, a espaços e com lágrimas, que a maior obra foi feita em nós.

2 comentários:

Avozinha disse...

Parabéns, pai babado...

Vilma disse...

Puxa.. é verdade tudo o que escreveste! PArabéns Joana! Parabéns Nuno! Parabéns Sara! E Obrigada Deus! :D