A Igreja, os Ciganos e o Lidl
Entro no Lidl para umas compras rápidas. Simultaneamente, um grupo alargado de ciganos ladeia-me com os seus gestos e vocalizações exarcebados. Atento na operadora de caixa que pega no telefone e chama, disfarçadamente, a GNR. O pânico está instalado enquanto as crianças agitam os pacotes de gomas. O silêncio conventual do supermercado é interrompido por gente que desconhece esses estranhos hábitos. Pago a conta com um sorriso trocista e solto o comentário: "lá se foi a paz...". A operadora encolhe os ombros enquanto mantém dois «lelos» debaixo de olho. Associo este episódio à realidade da maioria das Igrejas Evangélicas que conheço. Estranha-se quem entra por elas a dentro e que não adora, não se comporta, nem se relaciona na mesma forma dos que já lá estão. Olha-se de suslaio para esses proscritos libertinos do Cristianismo que ousam viver fora da formatação instituída. Tomara que as nossas igrejas se enchessem de «cristãos ciganos», livres e marcados pela originalidade do Espírito Santo. Gente que saboreia a sua liberdade a cada instante, indiferente aos olhares da censura.
4 comentários:
Isso é muito bonito de dizer, mas a realidade é bem outra. Muito e muito diferente...
Clap clap clap!
Só queria ser cigana em Queluz...
O pior é se Jesus não
é cigano...
Somos os primeiros a pôr de parte! Começando pela forma como nos referimos às pessoas:"Lelos", "Ciganos" - em tom de desprezo!!!
São pessoas com uma etnia diferente da nossa e depois? Viva a diferença!
Dentro das nossas comunidades evangélicas só tem é que existir a diferença!
Enviar um comentário