quinta-feira, 1 de março de 2007

A Quaresma

É uma ideia me parece totalmente absurda. Mais absurdo ainda me parece que haja cristãos que entrem nesse jogo arriscado de "reservar" uns dias para promover a espiritualidade. É aquele vício recorrente de encaixotar Deus durante grande parte do ano e deixá-lo sair apenas naquelas práticas rituais que o "crente" consente, como quem diz: "Agora vês um bocadinho a luz do dia, mas voltas já para dentro". É, não vá Deus querer mandar nas nossas vidas. Isso não pode ser, de forma alguma. A tradição diz que se albarda o burro à vontade do dono e, no que diz respeito a Deus, os portugueses, regra geral, aprenderam bem a lição de quem albarda quem. A Quaresma não passa de um legalismo extra-bíblico inventado por uma religião sincretista que mais não visa do que isentar os praticantes de uma permanente vivência ética e moral à luz dos padrões das Escrituras. E não podia ser de outra maneira. As Escrituras, essas, foram engolidas na terça-feira gorda.

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