terça-feira, 22 de janeiro de 2008

À procura da «Shekinah»

Eu diria que "ouvir a voz de Deus" é como ouvir um sussurro no meio dos gritos de uma multidão. Praticamente tudo nesta vida distrai o homem daquilo que é axiomático em relação a Deus. Ao longo dos anos acumulam-se barreiras que impedem o fluir do Espírito Santo (uns mais, outros menos). E quanta bazófia ainda subsiste no que diz respeito à apropriação do Espírito Santo. Contudo, acredito que o maior trabalho tem que ser realizado dentro da própria pessoa.
Na semana que passou uma coisa apenas ouvi de Deus e foi: "Presta-me atenção, ouve-me, fica comigo!" E eu que passo a semana à volta de pregações, estudos bíblicos, em reuniões de oração, etc, demorei um pouco a perceber a mensagem.
A banalidade da vivência da fé é o maior perigo que um cristão pode correr. Activismo nada tem a ver com profundidade relacional. E é disso que se trata, de ser-se profundo com Deus. Os judeus procuravam, e ainda procuram, a «shekinah» que, traduzido grosso modo, significa a «habitação de Deus em nós». A profundidade não consiste em saber, fazer ou dizer mais, mas em produzir uma vivência em que Deus tenha espaço para se deleitar em nós, para tomar as rédeas da nossa vida. João Baptista disse com propriedade: «É necessário que Ele cresça e eu diminua». Ámen a isso.

2 comentários:

Jorge Oliveira disse...

Olá Nuno.
Excelentes considerações e pensamentos. É mesmo como tu dizes, "Activismo nada tem a ver com profundidade relacional." Que O Senhor tenha misericórdia de cada um de nós e que derrame a sua “Shekinah” na sua Igreja. A não andarmos distraídos com tantos disparates mas a ficarmos bem pertinho do Senhor das nossas vidas. Amén.

Abraço

Marta disse...

Exacto...muitos pensam que por fazerem milhentas coisas na igreja ou onde quer que seja para Deus, estão muito próximos de Deus, mas isto não é de todo real. Na azáfama do activismo deixamos de ter tempo para parar ouvi-lo como tu disseste. Vale mais fazer menos e ouvir mais.