T3 com ou sem elevador?
Estamos em processo de venda e compra de casa. Ambos quase, quase, terminados. Estamos fortemente inclinados a optar por um T3+1 semi-novo, com óptimas áreas, excelente localização (parque infantil, infantário à porta de casa, vista desafogada, casa com luz o dia todo, zona tranquila, etc) e a um preço razoável, dentro do nosso orçamento. No entanto, é um 3º andar sem elevador. No processo, temos partilhado esta opção com as pessoas mais próximas de nós e raras são as que não acham um absurdo. Dizem-nos que "não vamos aguentar as compras", "não vamos aguentar com os filhos", etc. A mim, que vivi 27 anos num terceiro andar idêntico e carregava botijas de gás às costas, os tais 13 quilos de calor para casa (bendito gás natural canalizado), faz-me um pouco de confusão este discurso tipicamente burguês. A julgar pelos sábios conselhos, nós estaríamos melhor numa casa com quartos minúsculos onde os nossos filhos não têm espaço para brincar, com cozinhas degradadas, com casas-de-banho onde é preciso fazer contorcionismo para entrar, com salas sombrias, ou então endividados até ao pescoço por causa dum empréstimo para uma casa idêntica com elevador mas que excede em dobro as nossas posses. Isso sim, me parece um perfeito absurdo.
13 comentários:
A Sabdoria " imergente " do Mukankala manifesta-se de novo
De facto, a Igreja " aburgesada " tem muito que aprender....
Se o tiverem que vender um dia não sei se irás mudar de opinião...lol
Olá Nuno!
Se eu tivesse que ir morar para Vendas Novas quem ficava com a tua casa era eu! Bem fixe!
Não sei se te interessam as opiniões, mas aqui fica a de alguém para quem mudar de casa é uma espécie de "modo de vida" (mesmo antes de ser professor...) e um facto anual nos últimos sete anos: a descrição que fazes da casa para a qual estás inclinado é interessante; parece ser uma boa casa. O elevador é uma mais valia, é verdade, mas, na minha opinião, a médio prazo, a ausência dele não é um problema. A não ser que venhas a mudar de casa com frequência ou envelheças precocemente...
Abraço.
Mário (perplexoreflexo)
David, isto não tem nada a ver com Igreja man. Tem a ver com mentalidades.
Jorge, isso é que é ter fé em Deus.
Mário, colocação em VN?
Abraço
Tudo tem o seu senão, não tem?
Cá para mim, é sempre bom fazer cárdio.
Abraço a todos!
ó Nuno, quem dá opinião só vos quer bem. E obviamente ninguém vos quer endividados nem sabe das outras casas que andaram a ver. Foi só há um ano que andámos nessa correria e podes ter a certeza que não foi nada fácil.
Agora como não sou burguesa mas mãe de três filhos, falo-te que ainda no sábado chegávamos a casa ao fim da noite com os 3 a dormir, montes de tralhas atrás e braços que não cabiam para tanta coisa.
Já para não falar de quando é só um de nós com os 3, a acartar com eles e com as coisas.
Depende da importância que isso tem no dia-a-dia. No meu caso tem muita.
Mas lá está, vcs é que sabem. Já não está cá quem falou.
Olá Rute. A questão aqui não é tua opinião, nem os teus comentários. Na nossa Igreja, por exemplo, quase toda a gente pensa da forma que expressei no blogue. Eu percebo perfeitamente que se considere isso, nós próprios ficámos pensativos, mas, bem vistas as coisas, uma casa tão boa e com tantos factores positivos não deve ser descartada por causa de um factor negativo. O que eu critiquei é uma certa obsessão pelo "conforto" acima de tudo.
E além disso, não é nada que milhares de famílias deste país (incluindo aquela onde cresci) não experimentem diariamente sem que por isso lhes venha grande mal.
Abraço
Tudo o que disseram aqui é pura verdade, mas há situações em que a mãe não podia sair de casa sozinha com os filhos exactamente por não ter elevador. Portanto, com carrinho de bebé (ou mesmo só com o canguru) e um bebé de um ano pela mão, imagina a senhora a querer ir dar um passeio à rua. Ou uma colega minha com uma gravidez de risco que não saía de casa porque não podia descer escadas, e o prédio não tem elevador.
Atenção: eu percebo o que queres dizer, mas olha que o elevador é fundamental (e chama-me o que quiseres).
Não acho que deva ser descartada... acho sim que deva ser ponderada.
;)
Muitas escadas com muitos miúdos não é fácil. Não é impossível, mas não é fácil...
A partir do nascimento da Rebeca, percebi o quão fundamental se pode tornar um elevador, exactamente por não o ter e muitas vezes me ver aflita para sair de casa só com ela. Quantas vezes optei por não sair, simplesmente por não conseguir descer 3 andares com ela e o carrinho. Na minha próxima casa o elevador é ponto essencial, e o Aless concorda comigo, até porque as costas dele se queixam... Mas claro que a decisão é vossa.
Pois à procura de casa eu própria, descartei o tal 3º andar sem elevador. A idade já mais avançada que a tua assustou-se com a imagem de descer e subir as escadas com: viola, computador portátil, projector de imagem, pasta com as fotocópias da ordem da semana pastoral, da bíblia, cantores, cadernos com posições da viola, um saquinho (há semprwe um saquinho a mais com qq coisa para levar para a Igreja) Ah! e se há convívio ainda se tem que levar o bom do bolinho, depois há a carteira que normalmente já uso tipo mochila porque mesmo de um primeiro andar acaba sempre por cair qq coisa a caminho do carro. A ideia de um dia qq ter de descer ou subir com isto sozinha com uma ciança fez-me esquecer a sala enorme com lareira, a mega-cozinha, os 3 quartos e 2 casas de banho.
Nuno, realemente só vocês decidem. O complicado é a Sara ir sozinha com os vossos filhos e depois um dia que precisares, de venderes a casa. Podes ficar vários anos depois a tentar vender.
Estou a passar por isso.
Abraço amigo.
E então Nuno já decidiram sobre a casa? Eu só posso dar a minha experiencia...vivi sozinha durante cerca de um ano, no segundo andar de uma casa sem elevador. Não foi impossivel, e nunca deixei de sair a rua com o meu filho, ou de fazer compras por causa disso...até porque agora há compras pela net!! Mas tenho de admitir que é cansativo e requer um bocado mais de esforço! Mas impossivel...não é!
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