terça-feira, 17 de junho de 2008

FEBRAS! FEBRAS! FEBRAS!

Há uns vinte anos atrás prometi a mesmo que não voltaria a comer sardinhas. Depois de comer, literalmente, sardinhas até rebentar, o cheiro e o sabor característico do "peixe-santo-popular" tornaram-se, a determinada altura, insuportáveis para mim. No sábado passado quebrei a minha promessa, muito por culpa da companhia de bons amigos e da inspiração vinda da marcha de Santos-o-Velho que passava naquela hora em frente ao restaurante onde jantava. Não me lembro quantas foram, umas 3 ou 4 apenas, acompanhadas de uma saladinha de pimentos, e batatas com pele. Para surpresa da minha mulher, espantada com o meu "comeback", tudo correu às mil maravilhas até ao pousar dos talheres. Assim do nada, e para desespero meu, voltaram a náusea horrível e a incontrolável vontade de chamar o gregório. Consegui resistir porque tinha duas boas razões: a) os meus amigos pagavam o jantar e ficava mal deitar tudo pela sanita abaixo e b) a minha filha, que costuma ser repreendida quando cospe a comida, estava mesmo ao meu lado. Definitivamente, há coisas que deixamos para trás na nossa vida e que não vale mesmo a pena voltar a sentir/experimentar/tocar/viver. Sejam elas sardinhas, posturas, pensamentos, hábitos, ou relacionamentos.
Não há nada como a "sensação de vómito" para termos a certeza que algo já não cabe dentro de nós. Tomara que esta sensação não aparecesse somente com as sardinhas. Estávamos garantidos! Sardinhas, essas, nem daqui a vinte anos.

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