O problema do Foco
No templo da Sinagoga, escrito em letras garrafais, encontra-se a seguinte frase: "Reconhece diante de quem estás parado!" Os que ali entram são, desta forma, lembrados da sua posição relativamente a Deus, melhor dizendo, que a soberania de Deus é o valor a considerar primeiramente quando se procura "o Divino". De facto, não há nada como colocar as coisas em perspectiva logo à partida.
Na maioria das Igrejas Evangélicas, porém, a frase que mais se encontra é: "Deus é amor." Nada de errado, pelo contrário, a não ser pelo problema do foco. A centralização da figura de Deus no amor, sem considerar (frequentemente) a sua justiça, é forçosamente humanista e conduz a deturpações no entendimento e vivência de uma sã espiritualidade. As pessoas entram nas Igrejas dispostas a aceitar um salvador que, como dizem os ingleses, produza um "quick fix" nas suas vidas, mas dificilmente se prepararam para receber alguém que venha produzir alterações drásticas no seu viver. A Obediência "per se" não é um valor a considerar, pelo menos para a maioria. O Cristianismo é, muitas vezes, entrendido como uma religião de contra-partidas, estatuto, posição, protagonismo e etc. Por isso é que raramente é entendido como devia: Uma escolha por Deus sem esperar receber nada em troca.
Sem comentários:
Enviar um comentário