sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Fé morta, fé viva.

Vivi muitos anos da minha caminhada cristã a pensar que o Cristianismo era difícil de entender. Cresci a ouvir especialistas que, por meio de técnicas de exegese comprovadas e certificadas, me explicavam a PALAVRA como se eu, por mim mesmo, nunca pudesse chegar a entendê-la. E como o processo se repetia 52 vezes por ano, ano após ano, havia sempre algo que me escapava, que eu ainda não sabia, que me deixava aquém. Afinal, quantas vezes tinha que ouvir aquilo até ter o necessário?
Paralelamente, associei a prática do Cristianismo ao conjunto de ritos e hábitos religiosos da religião à qual pertencia. E, como os cumpria com relativa facilidade, achava-me um bom praticante da fé.
Hoje, e para vergonha minha, percebo que a mensagem de Jesus é muito fácil de entender e explicar. Quando leio o Evangelho noto que quase todos o perceberam menos os esclarecidos, os letrados, os senhores da lei e da religião. Encontro conforto no facto de que pessoas simples, iletradas, e mesmo os párias da sociedade, reconheceram em Jesus, o Messias, Filho de David. Com esta compreensão veio a percepção clara que a minha prática estava muito aquém do que Jesus exigia. Praticar ritos e dogmas religiosos não tem nada ver com negar-se a si mesmo, tomar cada dia a sua cruz e colocar-se atrás de Jesus para aprender Dele. É certo que os anos perdidos no marasmo já não voltam, mas sei que ainda vou a tempo, basta-me ir com Ele.

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