quarta-feira, 6 de julho de 2005

Então e as crianças?

Já me enjoa a conversa da Esquerda sobre os direitos das mulheres quando se trata de questões que envolvem o aborto. O imperativo propagandístico tolda o entendimento dos arautos esquerdistas. A mulher isto, a mulher aquilo, perseguição isto, cabala aquilo, progresso pra aqui, tacanhos para ali. Mas, então, e as crianças? Quem as defende? Quem fala por elas? Pois é, coitadas, não votam! Não entram nas estatísticas, mas são gente! E com fibra! Apetecia-me pegar nos Louçãs e nas Odetes deste país e obrigá-los a entrar pelos Cuidados Intensivos da MAC para verem que bébés com 24 semanas e 500 grs são gente viva, total, que olha para nós e que nos segura no dedo, que come, dorme e chora e que tem tanto direito a viver como as mulheres de que se fala. O 25 Abril também é para eles. Se esses senhores fossem Esquerda a sério, estavam era comprometidos em assegurar que cada criança que é concebida terá, do Estado, o indispensável para sobreviver, e não a desculpa perfeita para morrer!

7 comentários:

InêsN disse...

o problema é que o "indispensável para sobreviver" não é suficiente...o amor parental é algo imprescindível e muitas vezes inexistente...
para não falar de muitos e muitos outros problemas que a questão do aborto encerra...
a verdade é que o nascimento do meu diogo só me aumentou a convicção de que, infelizmente, há situações em que o aborto é a única opção...isto porque para mim a ideia de uma criança indefesa a sofrer se tornou ainda mais repugnante ...por faltas físicas ou afectivas...
é apenas a minha opinião...
um beijinho grande para a vossa joaninha linda!
inês
ps - entrando nos cuidados intensivos e vendo crianças em sofrimento bárbaro devido a maus tratos ou afins também dá que pensar, nuno...infelizmente é o mundo que temos...que criámos...

Nuno disse...

Inês, com grande respeito pela tua opinião, devo dizer que o sofrimento faz parte da nossa existência. A tentativa de inventar leis que o suprimam (dizem eles) é pura ilusão. Não é um mundo perfeito. O valor da vida é superior ao sofrimento. É isso que a vida da Joana me ensina.

Jorge Oliveira disse...

Não resta muito mais a dizer a não ser que todos os crimes silenciosos um dia vão ser julgados por Deus, independentemente das opiniões e razões.
Deus é um Deus amoroso mas também é justo e verdadeiro.

Kid Sundance disse...

Mto bem dito. S é a Gente q s quer defender, ñ s esqueçam de defendr os miúdos. Pq abortar 'para ñ prejudicar a vida da mãe e poupar sofrimento à criança' parece-me uma desculpa, e mto esfarrapada.
A vida é uma sequencia d experiencias, algumas boas, outras más. Mas é isso a vida. Nenhum bébé, por mto querido (desejado pelos pais) que seja vai ter uma vida livre de sofrimento. Quem quer defender Gente q pense nas criaças, q lute pra melhorar as instituições pra onde vão aquelas que ñ são desejadas, q lute para melhorar-lhes a vida, a educação, a formação e que lhes incuta valores e ideias que ñ passem por matar uma vida indefesa para poupar sofrimento a uma pessoa q tem como s defender.

dia-a-dia disse...

Sem dispensar mto mais tempo às palavras, só precisávamos de ter mais gente a AGIR de acordo com as tuas convicções, Nuno! Eu - que continuo à espera do 25 de Abril, pq o de 74 não me convenceu - não diria melhor!

Cristina disse...

É a primeira vez que venho ao seu blog e não posso deixar de fazer um comentário a este post...
Longe das questões políticas de direita ou esquerda, para mim, a despenalização do aborto é sobretudo uma questão social. É uma questão de saúde pública!!!
Não será uma hipocrisia vivermos num país em que, quem tem dinheiro, vai a uma clinica privada, cá ou em Espanha e aborta sem qualquer problema e com as condições de saúde necessárias? E quem não tem sujeita-se a fazê-lo nas mãos, sabe-se lá de quem, muitas vezes com consequências graves para a sua saúde? Quantas mulheres morrem por ano no nosso país por fazerem um aborto sem as condições minimas?(Fala no direitos das mulheres, será que morre algum homem por isso?)
Sempre se abortou no nosso país e sempre se continuará a abortar. Não se deverá enfrentar este problema de uma maneira menos hipócrita?
É justo uma mulher ser presa por abortar? Não acha que a dor fisíca e psicológica de um aborto não é "condenação" suficiente?
Ninguém aborta às 24 semanas porque não lhe "apetece" ter um filho. Neste momento, quem o faz é porque o bebé não tem hipóteses de sobrevivência.
Se o aborto fosse legal não acredito que mulheres abortassem com mais de 12 semanas. Antes pelo contrário. Quem não quer ter filhos, descobre, bastante cedo que está grávida e teria hipótese de fazer alguma coisa, enquanto o futuro bebé é um aglomerado de células (que nem se sabe se será ou não viável).
Nenhuma mulher aborta de ânimo leve e ninguém tem o direito de a julgar por isso.

Cristina (grávida de 35s após vários abortos legais)

ounu disse...

É leve a maneira de se fazer filhos.
É leve pensar-se que eles vão ser infelizes.
É leve matar-se em Espanha porque é mais limpinho.
É leve ser-se absolvida de assassinato.
É leve ter-se 35 anos e achar que se tem o Mundo como percebido.

É lixado ser-se filho desta gente: Nem temos tempo para nascer.

Concidadãos (e não mais do que isso), percebam que se trata da VIDA DOS BEBES e não da vossa!!!

Lembram-se da Joana? A filha do Mukankala foi, ao que sei, desejada antes de ser CONCEBIDA. E se não fosse? Mata, mata, antes que sofra!!

Vão matar pó ...!!!